segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Brasil tem mais lares com TV do que com esgoto


Pois é meus quereeedos. O Brasil, de acordo com a Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento, o PNUD, tem mais lares com acesso à TV em cores, do que lares que possuem rede coletora de esgoto. Ou seja, o Brasileiro se preocupa mais com a Novela das nove do que com a própria saúde/higiene.
Triste realidade.
Se vc quiser saber mais, é só clicar aqui: http://www.pnud.org.br/gerapdf.php?id01=2635

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um estranho das terras do Tio Sam


Minha nossa, hj eu fui bisbilhotar o meu contador do blog, que vc pode ver tbm, clicando no ícone preto de letras brancas ao lado "counter", e tive uma surpresa: alguém dos Estados Unidos deu uma fuçadinha no meu blog. Eu fiquei bobo, mas feliz, afinal, pobre fica feliz com qualquer tostão. kkkk

Mas, mudando de assunto: o meu dia na matrix hj, foi bem pacato, pois na escola poucos alunos apareceram, então, fui bem light com eles, alguns exercícios, coisas básicas quereeedos. Mas vou te contar viu?! Tem aluno que pensa, que por ter poucos alunos na sala, eu não devo dar aula e deixá-los conversar e não fazer nada....ahhh! Faça-me o favor! Se não quer fazer nada, que ficasse em casa, se veio pra escola, coisas terão para fazer!
Bem, e foi assim meu dia, entretanto, teve uma coisinha a mais: Estava a perambular pelo pátio da escola, e vejo que a tampa da caixa d'água estava aberta. Comuniquei a minha superior, e me prontifiquei a subir e fechar..... Pessoal, nunca tinha subido tão alto. Mas foi uma experiência excelente, senti-me dono do mundo.....nem tanto....kkkk.
Ai, como estou a falar futilidades....será que a minha vida é fútil?! Cruzes, vou correr agora pro meu livro, e ver se escrevo algo melhor noutra postagem.
Beijos
Deni

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Mundo cruel.

Tudo que é bom, ou é pecado, ou ilegal, ou engorda ou acaba rápido.
Qual o próximo feriado?!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Oui, soy yo, meu amigo.


Mon Dieu! Meninos e meninas, este blog está até com teias de aranha.....afff, consegui ficar mais de 1 ano sem postar nada aqui, mas, mesmo assim consegui audiência, pois quando olhei minha caixa de e-mail do hotmail: eis que vi comentários de postagens anteriores que eu realizei neste espaço virtual, ou como diria o sociólogo espanhol Manuel Castells, neste cyberespaço.
Desculpem-me pelo abandono, mas é que não andava inspirado a escrever.
Eu tenho que praticar a escrita aqui no blog, e nada melhor do que escrever neste dia sobre a Independência do Brasil.
Quereeedos, hj fazem 189 anos que Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, ufa.....conhecido mais como Pedro, o devasso, ou Dom Pedro I, ou ainda, Pedro do Brasil, proclamou a Independência do Brasil.
Dizem as boas, mas principalmente, as más línguas, que Dom Pedro I deu o grito da Independência depois de uma paradinha básica às margens do Rio Ipiranga para defecar, este rio, que além de receber as fezes do recém auto-intitulado imperador do Brasil, para infelicidade do ambientalistas, hj em dia recebe fezes e dejetos industriais de grande parte da cidade de São Paulo.
O Brasil mudou muito desde 7 de setembro de 1822 até hj, passamos maus bocados, e hj sonhamos em ser uma democracia capitalista pujante e rica.
Temos uma mulher como mandatária maior, porém, não é a primeira vez que uma mulher comanda o Brasil, a princesa Isabel, ou como em registro: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, a neta do proclamador da Independência, governou o país nas ausências de seu pai, e se somarmos os dias em que Isabel governou o Império Brasileiro (olha que chique, já fomos um império) dariam mais de 4 anos, o que lhe garante até agora o título de mulher que mais tempo governou o Brasil, agora, caso nossa presidenta, Dilma, conseguir fazer um bom governo, e faço votos de
que o faça, e se candidatar à reeleição e ganhar, aí sim, a Dilma poderá de fato ser a mulher que mais tempo comandou o Brasil.
Mas isso, é claro, é apenas uma suposição.
Ai, já estou ficando fatigado....Só para terminar, acrescento que espero mais 189 anos de independência para o Brasil, ou melhor, que até os fins dos confins do tempo da Terra, sejamos independentes.
Deni
Ps: E espero que todo brasileiro, um dia, saiba que no dia 7 de setembro, o Brasil aniversaria sua independência.
ps2: E todo o brasileiro, que se diz e gosta de ser brasileiro, pelo menos uma vez na vida, deve ir visitar o Museu do Ipiranga, que fica em frente ao local, onde, supõe-se que Dom Pedro I deu o grito da Independência. Abaixo, dê uma olhadinha da faixada do Museu, e vamos ser sinceros, parece um palácio europeu, né não? Mas fica em São Paulo, "terra da garoa", que já não
é mais "terra da garoa", mas isso é tema pra outra postagem.
ps3: Eu ainda não consegui dar um visual melhor ao blog e consertar as medidas dele, então para vc visualizar melhor a imagem, é só clicar em cima dela, para que vc possa vê-la inteira.




quinta-feira, 24 de junho de 2010

Adeus 21...Bem-vindo 22!

Desculpem-me...tenho andado meio ocupado. E como não sabia o que postar, resolvi subir no salto e exacerbar meu ego neste blog, para avisá-los: amanhã, 25 de junho, farei 22 anos!
Espero pelo menos os parabéns de vcs aqui!
heheh....

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ah! Saramago, por que nos deixaste?




Os Jingles dos Presidenciáveis.

Hola chico y chicas! ¿Cómo estan? Bem, apesar de o país estar pensando apenas em futebol, pois estamos em copa do mundo, já está pronto os jingles (as musiquinhas dos candidatos à presidência) que deverão dominar a campanha e penetrar nas nossas cabeças de tanto escutar nos horários político eleitorais da televisão. Escutem e falem o que acham. Ah! Eu coloquei os jingles dos candidatos melhor posicionados nas últimas pesquisas de intenção de voto, portanto, desculpem-me aqueles que esperavam poder ouvir o "Ei...ei...ei...Eymael, uma democrata cristão".

Por ordem alfabetica dos nomes do candidatos, estão os jingles:

Dilma Rousseff - PT

José Serra - PSDB

Marina Silva - PV

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Vlog - ZagoTv

Pessoal, eu vi que um certo blog me seguia no Twitter, então resolvi entrar para ver, e encontrei uma postagem muito legal sobre Vlog, que é uma espécie de blog só que em vídeo, portanto não é um blog, mas sim um Vlog. Nossa que definição sem açúcar.
Achei bacana o Vlog do Felipe Zagonel, que vou deixar aqui para que vcs possam ver. Achei o cara muito criativo. Gato de Cheshire, quem sabe vc tbm não faça seu próprio Vlog? Afinal, vc já tem algumas experiências interessantes, das quais já vi! Acima de tudo a sua criatividade é o seu grande potencial.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Um dia com o Laurentino.



Amigos leitores, que são poucos, mas da mais alta estirpe social, vou lhes contar que hoje foi um dia prazeroso para mim, não no sentido carnal, mas por conta de um encontro com um escritor, que tanto me conquistou com a sua obra.
O livro é "1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil" do jornalista Laurentino Gomes.
Essa obra, que serve para todos, desde leigos a acadêmicos, pois reconta como foi que uma corte real europeia foge para sua colônia selvagem e atrasada, porque estavam sendo atacadas pelas tropas napoleônicas.
Vcs já estão cansado de saber desta história né?! Caso contrário, adquira o livro do autor comentado deste post. Mas o objetivo desta postagem é comentar como fiquei encantado com o Laurentino Gomes.
Quando cheguei na Biblioteca, já o vi parado na porta, minhas mãos tremeram, pois eu estava vendo a pessoa que me proporcionou momentos tão bons em meus dias com a leitura de 1808. Ele me olhou e veio ao meu encontro me cumprimentar, foi gentil e começou a puxar papo comigo. Gente, eu estava conversando com o cara que mais vendeu livros no Brasil nos últimos 3 anos, mais de 1 milhão de cópias....
Perguntei a ele por qual motivo havia escrito o livro, e ele disse-me que era Editor da Revista Veja, quando surgiu a ideia de montar um projeto sobre a vinda da família Real ao Brasil, mas que a revista não quis levar adiante, então, ele esperou o ano de 2007 para lançar o livro que iria tratar de uma história que iria fazer 200 anos no ano seguinte.
Logo ele já contou uma notícia exclusiva, e que vou passar para vcs, of course, logo logo ele publicará um livro sobre a Independência brasileira, e o nome....hahaha....1822. Inclusive disse para mim que tinha terminado de escrever o livro ontem e já fôra enviado para a editora, mas não para por aí amigo leitor, ele irá escrever mais um, agora, sobre a Proclamação da República, que se chamará....1889. Ou seja, fechará com chave ouro, sendo uma trilogia da história do Brasil.
O cara foi muito simpático e sorridente, além de tudo, um homem bem apresentável, muito charmoso e cativante.
Depois dessas trocas de informações, sobre livros, ele perguntou se eu fazia Geografia na Unesp...tava óbvio, pois estava com a blusa da faculdade, respodi positivo, e ele começou a dizer que tinha muitos amigos lá.
Mas já era quase 10 horas, então ele apertou a minha mão, pediu licença e foi ao palco falar sobre o seu livro....na plateia, estavam alunos apáticos, que nem ligavam para esta ilustre presença, e sequer sabiam de seu sucesso literário, afinal, para esses adolescentes de hoje em dia, os seus fãs são participantes de BBB, o Justin Bierber, ah sei lá como escreve o nome dele....mas falando nesse cantorzinho de 1 estrofe só, aquela música do Baby...baby...baby...baby..óhhh...para mim parece a trilha musical de Uma dor de barriga forte, a chamada diarreia a jato....bem....meus amigos, desculpem-me por essa expressão tão escatológica, mas fico pasmo com a falta de senso e reação destes alunos, que sim, pasmem, serão o futuro da nação.
Queridos...a palestra terminou e eu logo subi ao palco, enquanto os alunos saíam correndo pela porta da biblioteca como se fosse uma boiada saindo pela porteira. Eu estava com o livro, que comprei assim que lançou, em 2007, e fui pedir um autógrafo, quereeedos eles foi solícito e autografou com muita simpatia. Pedi que retornasse para Leme, e sua resposta foi positiva e assim: "Quem sabe eu não volte aqui para lançar o meu próximo livro"...hehe....leitores, eu sei que ele estava sendo gentil, pois afinal de conta, que autor seria louco o suficiente para lançar um livro aqui em Leme? Aqui é o local onde o Judas perdeu a meia, pois ele já tinha perdido as botas em outro lugar primeiro.
Bem é isso meus amigos....Meu dia foi bom, pois encontrei-me com Laurentino Gomes
ABAIXO O AUTÓGRAFO DELE EM MEU LIVRO, SE QUISER AMPLIAR É SÓ CLICAR EM CIMA DA FOTO:


domingo, 13 de junho de 2010


Meu domingo foi apático. Dormi a tarde inteira e acordei triste. Dúvidas infestam a minha cabeça. A quem admiro e espero carinho, faltou-me com isso hoje. Tive uma crise de baixa auto-estima, parece-me que não tenho ideias, e se as tenho parecem tão impossíveis.
Desânimo total. Queria receber palavras de carinho, e não lições de moral de como tenho que ser ou o que tenho que fazer, esparava apenas um afago, umas doces e gentis palavras, queria mimo.
Frustrado? Quiçá, triste ainda? Sim...

sábado, 5 de junho de 2010


Depois de ter assistido ao vídeo aí em cima, pergunto a vocês, que são poucos, mas são o crème de la crème da sociedade: Foi ou não foi bem feito?

Cara, se você gosta de pichar, piche seu quarto, invente desenhos, faça o que quiseres em seu espaço. Mas nos de outros ou nos públicos é uma puta falta de respeito.
Punibilidade, precisamos disto no Brasil, um mau exemplo se corrige fazendo bons exemplos, no caso, uma punição mais severa aos que degradam a paisagem urbana. Mas, para que isso aconteça, precisamos de mais fiscalização e educação dos marmanjos. Quer fazer arte? Então estude, faça quadros, pinturas, o que for, mas respeite o espaço dos outros.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O que fazer de madrugada?


Madrugada rolando, a chuva cai lá fora, um silêncio reina na rua....Ouve-se apenas o barulho da água da chuva se esvaindo pelo cano da calha.
O que fazer? Ler? Não, estou sem vontade, apesar de ter uma ótima leitura em meu quarto. Na televisão aberta passam filmes de segunda linha, estórias insossas. O que fazer?
Corro para ler meus blogs preferidos, o Yag, mas este ainda não publicou a tão aguardada entrevista com a Vaca Jersey, dou uma olhada no blog do Aguinaldo Silva, e lá está públicado o verdadeiro desagrado de Mário Gomes com a poderosa TV Globo. O que fazer?
Não sei....queria conversar, mas quem? MSN....but...será que terá alguém que valha a pena prosear? Vamos ver. Hm...! ¬¬, ninguém interessante.
O que fazer? Ah!....vc tem os trabalhos da faculdade para fazer! Afff....trabalhos de faculdade? A preguiça resolveu passar o feriadão prolongado em mim....
Já sei! Vou ver clipes e vídeos no Youtube......
Essa é a vida de uma pessoa solteira, passando sozinha a sua madrugada no feriadão prolongado....Poderia muito bem estar esquentando a cama junto com uma pessoa....but....a pessoa mora longe....fazer o que, é melhor se contentar com os vídeos do Youtube e depois cair nos braços do edredom.

domingo, 30 de maio de 2010

O poder do templo do consumo.


Faz tempo que não posto neste espaço, desculpem-me pela demora, digamos que eu estava sobre a 'maré' de não sei o que postar. Mas hoje a noite, li um artigo de uma professora (Silvana Pintaudi) sobre os Shopping Centers, e resolvi discorrer um breve texto a respeito destes espaços de consumos tão comuns, hoje em dia, nas nossas vidas de urbanóides perdidos no tempo e espaço.

Primeiramente, quero deixar claro que o Shopping Center, assim como o Supermercado, é um espaço concentrador de territórios e capital. What?! Falando em português claro, esses locais onde compramos as nossas roupas, presentes para os familiares e outros, em que saboreamos um bom e calórico fast-food, ou seja, onde torramos o nosso $$$ é na verdade uma junção, em apenas um lugar, das lojas de roupas que haviam no centro, das joalherias que se concentravam na rua principal da cidade, dos cinemas que em outrora eram a diversão e espaço de namoro nas áreas centrais urbanas e dos restaurantes das mais diversas culinárias nobres, além das redes extrangeiras de fast-food com grande apelo marqueteiro. No que se refere a concentração de capital ($$$ e bens), subentendemos que a concentração territorial dos mais diversos tipos de lojas, restaurantes e cinemas, etc., implica numa grande concentração de dinheiro em um espaço determinado, o próprio Shopping.
Nossa, que coisa mais óbvia não?! Pois é, também acho, mas você nunca pensou que um Shopping Center pudesse ser um espaço que redesenhasse as relações sociais entre as pessoas?
Vou explicar. Antigamente, as pessoas das classes menos favorecidas às muito favorecidas, costumavam comprar o tecido para se fazer a vestimenta numa loja de tecidos, geralmente localizada no centro. Quando se queria uma roupa de griffe, recorria-se a um costureiro famoso, ou seja, a roupa com nome da alta costura lhe garantia status. O antigo centro da cidade era especializado em atender a todos os tipos de classes econômicas e sociais, ocorria a "misturança" do rico e do pobre na mesma calçada, e o Shopping Center, a princípio, vem para mudar isso com a intenção de atrair as pessoas mais endinheiradas e da classe média. E o resto?! É resto! Que continuem consumindo na 25 de Março da vida, no Saara da pqp e da 13 de Maio dos infernos.
Sim, o 1º Shopping Center do Brasil, o Iguatemi, se instalou em São Paulo, no ano de 1966, próximo a Avenida Paulista e a Rua Augusta (rua das lojas de griffes, hoje em dia das meretrizes), a intenção dos empreendedores era atrair o público chic e sofisticado do centro de São Paulo, o objetivo foi alcançado, e logo as áreas ao redor do Iguatemi, que eram residenciais, começaram a se valorizar e foram sendo compradas por bancos, e para a construção de edifícios vesticais (prédio de vários andares), o poder público teve que agir e melhorar as vias de acesso ao Shopping, portanto, dinheiro público foi gasto para melhorar o acesso aos clientes ricos e aumentar o lucro dos donos do estreante templo de consumo em terras tupiniquins.
Como vimos, o Shopping separou o joio do trigo, pobres e ricos, mas vamos ressaltar a data, o Iguatemi foi construído em 1966, porém os Shoppings começaram a se espalhar pelo Brasil somente na década de 1980, exatamente "a década perdida" (tempo de crescimento econômico baixo ou negativo). Eita! Como?! Se o Brasil tava numa crise econômica ferrenha na década de 1980, e Shopping é lugar de gastar dinheiro, como é que ele se espalha para outros lugares? Meninos e Meninas, não sejamos ingênuos, a crise brasileira só aconteceu nas classes menos favorecidas por $$$, enquanto que a as classes ricas pouco sofreram, para melhor exemplificar colocarei um trecho da Pintaudi:

"É nessa situação socioeconômica (década perdida), que surgem e desenvolvem os Shopping Centers no Brasil. À primeira vista, uma contradição, quando se sabe que a maior parte da sociedade é constituída de pobres e miseráveis, sem a menor condição de participar com a riqueza criada [na década de 1970, no chamado "milagre brasileiro", quando o país chegou a crescer a taxas de 11%]. Mas esses 'templos' não foram construídos para a grande maioria, e sim para poucos que se situam em estratos mais elevados. Pensando bem, falar em 20% da população economicamente ativa detendo 64% da renda nacional (riqueza do país), em 1986, estar falando em mais de 20 milhões de brasileiros, o que não é um mercado desprezível"

Na década de 1990 em diante, o poder dos Shopping Centers se tornaram tão forte, pois, o processo de concentração e centralização do capital se tornou maior, que eles monopolizaram a distribuição das mercadorias e passaram a ditar o preços e a dar ordens para as indústrias produtoras de suas mercadorias. Com esse domínio econômico, os SC começaram a abranger as classes menos abastadas, mas não as miseráveis, a massificação do consumo ocorre graças à multiplicidade de mercadorias criadas para atender aos mais variados grupos, volto a repetir: menos os pobretões.
O consumidor já não é mais o comprador de 50 anos atrás, ele, cada vez menos, compra um produto que lhe dê status, mas para que lhe dê prazer, pois ele é bombardeado de propaganda na TV e nas ruas, sofre uma lavagem cerebral, que o leva a consumir, os Shopping Centers passam a adaptar o seu ambiente para criar uma esfera de felicidade. Hoje em dia, o lazer das pessoas de cidades grandes e médias é ir pro Shopping. Parques? Praças? Museus? Teatros? Que nada, o Shopping é a diversão do momento, o templo do consumo, o casa de oração do religioso rico e emergente consumista. O lugar da alienação.
Para finalizar acrescento estas palavras do saudoso Milton Santos no livro "Globalização e Agricultura" da autora Denise Elias:

"Historicamente, o consumo transformou-se no verdadeiro ópio, substituindo gradativamente o tradicional papel desempenhado pelas religiões. Enquanto estas se alicerçam na fé para difundir seus códigos de convivência social, o consumo instala sua fé por meio de objetos, que são a própria ideologia, quer pela sua presença imediata, quer pela promessa ou esperança de obtê-los um dia. O poder do consumo é tão contagiante que passa a representar um papel motor e perverso na sociedade atual, transitando pelo próprio aprendizado e condicionamento social do consumo. O consumo tem sua própria força ideológica e material, alimentado-se das práxis individuais e coletivas experimentais no processo cotidiano de vida: o trabalho, a casa, o lazer, a educação, a saúde, etc."


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Uma poesia política e analítica do mundo, escrita por meu amigo JONATHAN FELISBERTO

Vamos falar sobre Política

Não pretendo ser presunçoso

Tampouco intrometido

Meu ponto de vista é a poesia

Mas tenho que falar sobre Política

Acho que sou um pouco mais responsável

Mas isto não importa tanto

Este é o último ano de Lula

Iremos sobreviver a esta hecatombe?

O povo brasileiro irá sobreviver sem o Bolsa Família?

Porque a Venezuela entrou para o MERCOSUL?

Eles por acaso são uma democracia?

Decidam por si mesmos

Querido Hugo Chávez,

Você deveria se casar com Kim Jong II

Aquele da Coréia da Norte

Formariam um casal perfeito

Um casal feio, gordo e AUTORITÁRIO

Mas ainda sim seria o primeiro casamento gay da Ásia e da América Latina

Não é Revolucionário?

Amo vocês, HAHAHA

Querido Obama,

Seu discurso me impressiona

Sua figura é a mais POP desde Michael Jackson

Não sou americano, mas todos gostaram

Do presidente astro das revistas e jornais

Com um sorriso brilhante e porte atlético

Ganhador do Nobel da Paz

Acho que Madre Teresa não gostou muito desse detalhe

Afinal Guantánamo ainda funciona

A Guerra no Iraque não acabou

O Afeganistão ainda é um monte de escombros

Os imigrantes ainda lutam por seus direitos

Enquanto seu país aguarda ações mais brilhantes

Do que a sua campanha presidencial

União Européia,

Sinto muito pelo colapso da economia

Mas fico feliz pela laicidade francesa

Afinal todos temem que a França

Se torne uma nação islâmica daqui cem anos

E que Paris se torne a nova Meca

Imaginou o Louvre se tornar uma mesquita?

Mas não se preocupem amigos franceses

Amo tomar café em Montmartre

Enquanto escuto Carla Bruni

Ciao, Silvio Berlusconi

Acho que valeu a pena por hora o olho roxo em Milão

Foi algo parecido com o enforcamento de Mussolini

Ah me perdoe, vocês são tão parecidos

Então longa vida ao novo Nero de Roma

Sua Santidade,

Eu amo a verdade cristã do fundo do meu coração

E acredito no sacrifício dos mártires

Mas o discurso sobre a ecologia humana realmente me chocou

Precisamos proteger o homem, mas porque privá-lo dele mesmo?

Peço desculpas se tenho dezenove anos e não noventa

Acho que por isso que ainda vivemos em 1929 no Vaticano

Vossa Alteza Rainha Elizabeth

Amo a sua família

Afinal é como um enfeite caro e sofisticado

Sem nenhuma serventia, é claro

Perdoem amigos britânicos

Eu sei que não conseguem viver sem a Monarquia

Sinto as coisas ficaram quentes agora

É calor do Oriente Médio

Ou a Bomba Atômica do Irã?

Não importa!

Os aiatolás e Ahamadinejad são um desastre universal

Às vezes penso que as linhas da Constituição Iraniana

São “Os Versos Satânicos”

Desertos, sol escaldante e muitas bombas

Posso ouvir orações em hebraico e árabe

Acho que vêm de Jerusalém

Shalom!

Com licença Israel, mas direi o que deve ser dito

Parem de promover o Holocausto Palestino!

Chorarei por Auschwitzs e pela Antifada

No Muro das Lamentações

Aasalaamu Aleikum*

Apenas gostaria de dizer ao povo Palestino

Que continuem batalhando por sua Terra Prometida

Deus a lhe concederá em breve

Osama Bin Laden?

Onde está você?

Pare de promover o terror no Ocidente e no Oriente

Pare de sujar o nome do Islã!

Saiba que Maomé nem olharia para seu rosto

Até logo Oriente!

Espero que possa me receber algum dia

Nem que seja em Dubai

Pequim!

Adorei as Olimpíadas e os prédios monumentais de Shangai

Pena que meninas recém nascidas morrem todos os dias

Será por causas naturais?

Creio que não

A China é um país machista e aonde se pode ter apenas um filho!

É claro! Que este seja homem!

Afinal quem irá duvidar da rica República Popular da China?

Ninguém iria negar o PIB Pseudo Comunista

Não tenho muita coisa a dizer sobre o Japão

Sinto muito pelas bombas atômicas

Que o mundo não deixe acontecer de novo

E que os famintos da Coréia do Norte

Sejam alimentados

África!

Sempre você foi dividida entre si

Deixem me pegar suas crianças no colo

Eu sinto muito por Ruanda, pela Etiópia e pelo Sudão

A ONU não pode fazer muita coisa

É nossa culpa, é minha culpa

Todo ser humano na terra deve a África

Seja pelas construções em seus países

Seja pela escravidão do passado

A paz e a igualdade chegarão

Eu lutarei junto com vocês!

Esta é a verdade do mundo

Esta é a verdade da Política

Tão hipócrita e mentirosa

Mas ainda ela comanda o universo

Ramsés, Alexandre O Grande, Cleópatra, Julio César

Augusto, Trajano e Calígula

Luís IX, Henrique VIII, Luís XVI, Rainha Vitória

Hitler e Mussolini

Evita Perón, Getúlio Vargas, John Kennedy

Margaret Tatcher, Mao Tse-Tung

Lula, Obama e Cristina Kirschner

Eu quero falar sobre Política

Sempre discutirei sobre o assunto

E tenho dito.


* "Olá" dito em um derivação do árabe na região da palestina.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Estou de Luto.

Muitos devem estar pensando que algum ente querido por mim faleceu. Felicito-os em comunicar que não morreu nenhuma pessoa querida por mim. Entretanto, vc começou a se perguntar, o motivo por eu estar de luto.
Estou de luto por uma classe de profissionais que desde o começo da ditadura de 1964 vem sendo perseguida e perdendo prestígio na sociedade, uma classe que deixou de ter poder aquisitivo, uma classe que nos dias de hoje passa a conhecer doenças ocasionadas pelo estresse, pelo medo e pela injustiça.
A atual escola brasileira, tanto as públicas e privadas, está diante de um paradigma desanimador: alunos desinteressados, alunos mal-educados, pais de alunos ausentes, violência, drogas na escola, superlotação das salas de aula e um governo que cercea e criminaliza a categoria dos professores atribuindo a eles o fracasso do ensino.
Estou de luto, porque sei da importância da Educação como libertadora do ser humano. Estou de luto porque a nossa educação não liberta e muito menos ensina.
Se os professores estão sofrendo numa escola que está falida e não ensina é porque estamos diante de um problema sociológico grave, que o governo permitiu acontecer com a sua omissão e consentimento, afinal os governantes não querem pessoas bem educadas e críticas na hora de votar.
Para finalizar, lembro-me de um professor de filosofia que nos disse em uma palestra: "A escola é o termômetro da sociedade", e é por ela que começamos a mudar a sociedade, mesmo que seja um processo lento, mas nunca devemos nos esquecer de sua grande função: formar um indivíduo crítico e não um fantoche dos grandes grupos de comunicação e políticos demagogos.
Para finalizar: Estou de luto não só pelos professores mas pela educação brasileira.

Denis Roger Faria.

PS: Feliz dia dos professores no dia 15 de outubro.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O conflito

Todos que acompanham meu blog já sabem, ou perceberam que trabalho com educação.
Leciono numa escola central aqui da minha cidade, e há 3 anos venho obtendo sucesso junto aos alunos e ao corpo docente. Como dizem, já sou figurinha carimbada da escola.
Esse ano, confesso que está sendo dificil pra mim, as salas estão mais cheias e as novas safras de alunos estão chegando com mais problemas, que não cabe apenas à escola resolver.
Tem uma sala, que sempre costumo ir, e que os alunos são muito falantes, tem muitas panelas na sala. Conseguir o silêncio para a chamada, já é uma tarefa árdua. Mas no geral, eu tenho que reconhecer que apesar de falantes, muitos alunos desta classe são pessoas boas e simpáticas comigo.
Entretanto, sempre há uns tomates estragados, numa caixa de tomates, e um que é fétido. Esse aluno, desde o começo do ano vem me atormetando, é só eu colocar os pés dentro da sala de aula, que ele já começa a fazer "gracinhas". Digamos, que as "gracinhas" dele são inconvenientes e não apresentam a menor graça.
Em minha aula, ele tem o costume de ficar imitando animais, enquanto estou de costas, às vezes pega pedaço de canudo e fica fazendo um som insuportável com aquilo. Não faz lição, fala bastante, e é um porco, pois fica arrotando na sala de aula.
Antes do recesso eu já quebrei o pau com esse aluno, por ele debochar da minha cara, enquanto eu o avisava que caso não melhorasse o seu comportamento, ele seria mandado para a inspetoria. Ele nem ligava. E vivia atormentando os outros e tirando a atenção da turma durante a aula. Sem contar os palavrões que ele tem em seu vocabulário.
Mas.... Ele levou a primeira suspensão, por ter jogado um aviãzinho na professora, e por sempre estar levando a sua aula como um verdadeiro momento de farra.
Fiquei até contente com a suspensão dele, afinal, eram dias de paz para mim.
Houve o recesso escolar....e quando as aulas voltaram, ele retornou mais cínico e impertinente.
O cúmulo da minha paciência foi ver ele chegar com 20 minutos de atraso, sem me dar satisfação, confesso que ignorei o fato com a finalidade de evitar um novo conflito. Mas quando olho para este ser e o vejo fazendo "bolinha de papel" e colocando na boca, onde mastigava e depois jogava pedaços deste papel com cuspe no colega da frente.
Na hora eu disse:
- Fora da sala. (num tom até que com educação)
- Por quê? O que estou fazendo? (disse ele já com a voz elevada)
- Vc, está mastigando papel e jogando no colega, isso é nojento e não aceito isso. Fora da sala, agora! (já ficando um pouco irritado)
- Eu não vou pra fora! Só porque estou fazendo isso (ele repete o que fazia, jogando bolinha de papel com cuspe no colega).
- Você não vai sair? Não o quero mais em minha classe!
- Eu não vou sair, porque vc vive me perseguindo! (disse ele já gritando, e me encarando com uma cara cínica)
Pausa pra respiração....o sangue começou a ferver, parece que revi todas as atitudes insolentes desse "aborrescente", que mal sabe o que é a vida. E que não dá valor ao estudo que tem.
Então comecei o meu discurso em berros, bufando e com o semblante fechado e vemelho:
- Eu não te persigo, vc que é um aluno que não faz lição, não traz nada de produtivo, atrapalha a minha aula, não para quieto, vive a me testar. Vc é um impertinente. E sai fora da minha sala.
(todos que estavam do lado de fora, e em outras salas ouviram os meus berros, minha paciência tinha esgotado, não sou de estourar com os alunos, mas ontem aconteceu isso.)
Ele se levantou e vinha na minha direção querendo me encarar, ou como se tivesse me chamando pra briga. A sorte é que ele não me tocou, porque senão eu voava em seu pescoço. Ao sair ele gritou bem alto: "VAI TOMAR NO CU"
Eu ainda estava em nervos, vermelhíssimo, a minha vontade era pegar aquele ser derrubá-lo e chutá-lo até sangrar. Quando fico com raiva, nem eu mesmo me conheço. Mas por sorte eu tive controle, e fui até a inspetoria, quando as inspetoras me viram, pensaram que estava passando mal. E na hora relatei, fomos até a vice-diretora, que foi muito receptiva e entendeu, tanto que me viu em estados de nervos, queria que eu me acalmasse. Mas não conseguia....
Nem voltei pra sala, de tão nervoso.
Neste mesmo dia, a mãe do aluno foi até a escola, pois o filho iria tomar supensão por me mandar para aquele lugar. E pasmem! A atitude da mãe foi em defender o filho, e provocar o maior barraco na escola, sendo uma pessoa sem educação com a Diretora, e lançando ameaças contra a escola caso o filho dela ficasse de suspensão. Além de tudo isso, ela queria a mim, sim queria falar comigo, ou melhor, queria me humilhar, queria gritar comigo. Ainda bem que não estava na escola, pois se eu tivesse, do jeito que eu estava era capaz de comprar briga com essa mãe, que afirmava que eu tinha chamado o filho dela de "vesgo", "zarolho" e "asno".
A mulher nem escutava a diretora, a filha dela, que também é minha aluna, mostrou-se igual a mãe, adora ver um barraco acontecer e jogar mais lenha na fogueira. O pai do aluno impertinente chegou, e se mostrou mais sério e compreensível, porém não achava correto o professor, no casou: eu, chamar o filho dele de "vesgo" e "asno".
O clima tava tão quente, que foi preciso chamar a Polícia Militar na escola, pois a mãe persistia em armar o barraco. Até que com a chegada da PM, a mulher ficou um doce e assinou a suspensão do filho.
Depois disso, a diretora quis ouvir a minha versão, e pediu que eu fizesse um Boletim de Ocorrência por desacato ao funcionário público. Fiquei com muito receio, pois não queria incendiar mais as coisas, eu não queria partir para a instância judicial e não fiz, pois não me senti ameação e muito menos densonrado, pois confesso que extravasei toda a minha raiva naquele momento. Além do mais, com a mãe afirmando que eu chamei o filho dela de vesgo, eu poderia ter problemas, pois tem alguns alunos na sala que não me suportam, e fariam de tudo pra me prejudicar, até mesmo inventar histórias contra a minha pessoa. E no caso sendo testemunhas de um B.O. contra a minha pessoa por ter chamado o cara de vesgo, coisa que não fiz. Iria ser um jogo de reciprocidade, eu faço o B.O. porque vc me desacatou e eles fazem o B.O. alegando que eu xinguei o aluno.
E pra ser sincero eu não me senti ofendido com o "Vai tomar no cu", o que me deixou possesso são as brincadeiras imaturas dele, como o seu ato nojeto de jogar o papel com seu cuspe em outras pessoas, o seu cinismo e sua cara de sempre estar debochando de mim. As suas atitudes demonstram que ele é uma pessoa chata e que só serve pra atormentar e testar os limites dos outros.
A diretora, entrou em contato com a escola em que ele estudou, em outra cidade, e adivinhem: ele era o terror nesta escola, sempre provocando confusões e mantendo-se indisciplinado, e a diretora da escola, tinha até perdido a esperança com ele e com a mãe, que sempre se mostrou sem educação e sempre estava a montar barracos para livrar o filho dos castigos pedagógicos.
Deram graças, quando ele mudou de cidade.
Hoje aconteceu o que eu previa, alguns alunos, em especial uma aluna, fez um "pacto" com os seus amigos para falarem mal de mim para a diretora, e que eu havia chamado o muleque de "vesgo". O que eu não esperava, e me senti muito contente, foi com a atitude dos outros alunos que se indignaram com as pessoas que queriam me prejudicar, e foram avisar a diretora. Um outro professor, também ficou "puto" quando soube que certa aluna estava capitaneando outros alunos com o intuito de falarem mal de mim para a direção, e logo ele foi até a diretora e contou tudo.
Conclusão: Fui conversar com a diretora, e ela disse:
"A turma do fundo disse que vc chamou o aluno de vesgo, entretanto, eles não disseram que escutaram, mas que tal aluna disse para eles que você havia chamado o menino de vesgo. Alguns alunos vieram aqui, e desmentiram tudo, disseram que vc não chamou ninguém de vesgo. Aqui recebi até elogios de vc. E em nenhum momento disseram que vc chamou o muleque de "asno" também, mas sim de impertinente, o que realmente ele se mostrou. Mas estou sabendo, e fico muito preocupada, é que uma aluna está armando contra você, dizendo aos alunos para virem falar que vc disse que o aluno é vesgo, e agora tudo se fechou, pois o professor veio confirmar a versão de que tem alunos na sala querendo te prejudicar nesta história. Amanhã mesmo vou tratar deste assunto com a menina e a sua mãe, pois conheço a mãe e sei que ela é uma pessoa bem coerente"
Acabou por aí.....
Mas confesso a vcs, me senti um problema para escola, não queria ter trazido esses acontecimentos para a escola, mas foi inevitavel. Me senti muito mal, horrível, tinha a sensação de que eu estava provocando o fuá. A direção se mostrou muito competente e viu que o aluno é problemático e que a família o acoberta em tudo. E deixou bem claro que eu não trazia problemas à escola, e que isso iria ocorrer cedo ou tarde.
Só pra terminar: eu não me lembro de ter me referido ao aluno como "vesgo", "vesguinho", "zarolho" ou "asno". A prova é que muitos da sala, os alunos bons e competentes me defenderam. É por estes alunos que me sinto gratificado e com orgulho de ser professor, apesar dos problemas.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Homofobia na escola


Pesquisa revela que 87% da comunidade escolar têm preconceito contra homossexuais

Brasília - Nas escolas públicas brasileiras, 87% da comunidade – sejam alunos, pais, professores ou servidores – têm algum grau de preconceito contra homossexuais. O dado faz parte de pesquisa divulgada recentemente pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e revela um problema que estudantes e educadores homossexuais, bissexuais e travestis enfrentam diariamente nas escolas: a homofobia.
O levantamento foi realizado com base em entrevistas feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo o país.
“A violência dura, relacionada a armas, gangues e brigas, é visível. Já o preconceito a escola tem muita dificuldade de perceber porque não existe diálogo. Isso é empurrado para debaixo do tapete, o que impera é a lei é a do silêncio”, destaca a socióloga e especialista em educação e violência, Miriam Abromovay.
Um estudo coordenado por ela e divulgado este ano indica que nas escolas públicas do Distrito Federal 44% dos estudantes do sexo masculino afirmaram que não gostariam de estudar com homossexuais. Entre as meninas, o índice é de 14%. A socióloga acredita que o problema não ocorre apenas no DF, mas se repete em todo o país.
“Isso significa que existe uma forma única de se enxergar a sexualidade e ela é heterossexual. Um outro tipo de comportamento não é admitido na sociedade e consequentemente não é aceito no ambiente escolar. Mas a escola deveria ser um lugar de diversidade, ela teria que combater em vez de aceitar e reproduzir”, defende.
A coordenadora-geral de Direitos Humanos do Ministério da Educação (MEC), Rosiléa Wille, também avalia que a escola não sabe lidar com as diferenças. “Você tem que estar dentro de um padrão de normalidade e, quando o aluno foge disso, não é bem-compreendido naquele espaço.”
Desde 2005 o MEC vem implementando várias ações contra esse tipo de preconceito, dentro do programa Brasil sem Homofobia. As principais estratégias são produzir material didático específico e formar professores para trabalhar com a temática.
“Muitos profissionais de educação ainda acham que a homossexualidade é uma doença que precisa ser tratada e encaminham o aluno para um psicólogo. Por isso nós temos pressionado os governos nas esferas federal, estadual e municipal para que criem ações de combate ao preconceito”, explica o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis.
As piadas preconceituosas, os cochichos nos corredores, as exclusões em atividades escolares e até mesmo as agressões físicas contra alunos homossexuais têm impacto direto na autoestima e no rendimento escolar desses jovens. Em casos extremos, os estudantes preferem interromper os estudos.
“Esse aluno desenvolve um ódio pela escola. Para quem sofre violência, independentemente do tipo, aquele espaço vira um inferno. Imagina ir todo dia a um lugar onde você vai ser violentado, xingado. Quem é violentado não aprende”, alerta o educador Beto de Jesus, representante na América Latina da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (ILGA).
Especialistas ouvidos pela Agência Brasil acreditam que, para combater a homofobia, a escola precisa encarar o desafio em parceria com o Poder Público. “A escola precisa sair da lei do silêncio. Todos os municípios e estados precisam destampar a panela de pressão, fazer um diagnóstico para poder elaborar suas políticas públicas”, recomenda Miriam Abromovay.
Para Rosiléa Wille, o enfrentamento do preconceito não depende apenas da escola, mas deve ser um esforço de toda a sociedade. “A gente está tendo a coragem de se olhar e ver onde estão as nossas fragilidades, perceber que a forma como se tem agido na escola reforça a rejeição ao outro. Temos uma responsabilidade e um compromisso porque estamos formando nossas crianças e adolescentes. Mas o Legislativo, o Judiciário, a mídia, todas as instâncias da sociedade deveriam se olhar também.”


Travestis e transexuais são os mais afetados pelo preconceito na escola

Brasília - Em uma sala de aula da 1ª série do ensino fundamental, uma professora pergunta a seus alunos o que eles vão ser quando crescer. Um diz que será médico, outra conta que pretende ser professora. Mas um dos estudantes de 7 anos responde sem titubear: “Quero ser mulher”. A declaração chocou a escola, por isso, o menino e seus irmãos tiveram que procurar outro lugar para estudar. Foi assim que a transexual Beth Fernandes, 40 anos, hoje “mulher de fato e de direito”, como ela mesmo define, foi vítima da homofobia pela primeira vez.
Travestis e transexuais são as maiores vítimas da homofobia dentro da escola. Educadores, psicólogos e entidades consultados pela Agência Brasil são unânimes ao afirmar que esse público é o mais afetado. Para fugir da discriminação, muitas vezes a saída é abandonar os estudos. “É raríssimo encontrar um travesti no ensino médio”, afirma o educador Beto de Jesus, representante na América Latina da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (ILGA).Beth Fernandes hoje é psicóloga e mora em Goiânia. Há dois anos ela fez cirurgia de mudança de sexo e conseguiu trocar seu nome na carteira de identidade. Diferentemente do que ocorre na maioria dos casos, com muito esforço, Beth fugiu das ruas e da prostituição. “Elas abandonam a escola, depois a família as expulsa de casa e elas vão para rua. Lá são vítimas da exploração sexual, da cafetinagem e depois dificilmente conseguem se inserir no mercado de trabalho. Cerca de 17% das travestis de Goiânia são analfabetas”, ressalta.
De acordo com a coordenadora de Direitos Humanos do Ministério da Educação (MEC), a pasta tem uma demanda muito grande por parte de travestis porque “elas não ficam na escola”. “Aos 9 anos começa a aflorar a questão da sexualidade, elas começam a ser maltratadas e a exploração sexual é quase uma trajetória”, acrescenta.
Beth conta que foi difícil superar o preconceito e muitas vezes pensou em desistir de estudar. “Várias amigas abandonaram a faculdade porque a professora insistia em chamá-las pelo nome masculino, mesmo que pedissem o contrário. É uma barbaridade cruel, um erro de percepção eu olhar para uma pessoa que se configura como mulher e chamá-la de João o tempo todo”, diz. Em Goiás, uma lei do Conselho Estadual de Educação obriga a inclusão do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares.
Mas, com informação e orientação, a vida dessas pessoas dentro da escola pode ser diferente. Marina Reidel, de 38 anos, é travesti e dá aulas na rede pública estadual em Porto Alegre (RS). Ela leciona para estudantes de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e nunca teve problema com alunos ou pais. “Nossa escola tem um perfil diferente porque nós já trabalhamos em parceria com uma ONG em cursos de capacitação de professores para a diversidade sexual”, explica.Em 2006, Marina decidiu fazer a cirurgia para colocar prótese de silicone nos seios. A direção ficou receosa com a possível repercussão da mudança. Mas, no período do afastamento, o professor substituto trabalhou em sala com os alunos a questão da diversidade sexual e explicou o motivo da cirurgia de Marina. Ao retomar as atividades, Marina respondeu a perguntas dos alunos curiosos, mas não enfrentou nenhum tipo discriminação.
“Dentro da disciplina chamada de ética e cidadania, que substitui o ensino religioso, os alunos são incentivados a desenvolver projetos e pensar a questão do preconceito. Tenho certeza de que esses jovens vão sair da escola com uma cabeça diferente, não vão espancar travesti na rua como acontece por aí”, diz.
Para Beth Fernandes, a inserção de travestis e transexuais dentro do ambiente escolar pode transformar a visão que a sociedade tem dessa população marginalizada. “É o cotidiano que vai fazer a escola mudar e inserir essas pessoas. A partir do momento em que travestis são tratados como sujeitos de direitos, eles vão continuar em sala de aula. Há um progresso importante nesse processo porque as pessoas podem parar de enxergar aquela pessoa como o sujeito marginalizado, que vive na rua.”